quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Sobre a série Vaga-lume, publicada na Gazeta do Povo, Curitiba



26/08/2007
O aniversário da coleção Vaga-lume Série completa 35 anos e ainda encanta leitores de diferentes idades.


Em comemoração à data, a Editora Ática pretende lançar outros títulos – além dos 90 já disponíveis nas livrarias e bibliotecas do país
por LUCIANE HORCEL - GAZETA DO POVO





Presença obrigatória no dia-a-dia de qualquer jovem leitor, a coleção Vaga-lume completa 35 anos de publicação em 2007. Apesar de todas essas décadas, a série nem de longe é ultrapassada. Pelo contrário. Os títulos continuam sendo lidos e apreciados pela galera. Não é à toa que existem inúmeras comunidades no Orkut dedicadas aos livros – uma delas, por exemplo, reúne mais de 27 mil participantes. Por conta do sucesso, a Editora Ática está renovando seu conteúdo editorial, em comemoração ao aniversário. São novos temas e autores para ampliar o catálogo, que atualmente conta com 90 opções.Difícil encontrar quem já não se encantou com o mundo de suspense e aventura da coleção. “Pode-se afirmar que a série resume várias tendências da literatura infanto-juvenil brasileira, que englobam desde uma literatura com tons pedagógicos, como a do casal Fontes; textos engajados, como os de Luiz Puntel; até a literatura de entretenimento puro, como são vários títulos de Marcos Rey. Pode-se, portanto, dizer que ela foi importante para a formação de uma literatura infanto-juvenil brasileira. O que parece ser comum a todos os livros é o compromisso com uma leitura prazerosa”, afirma a professora de Literatura Juvenil da PUCPR, Cátia Toledo, que fez doutorado sobre a série Vaga-lume.É justamente para satisfazer seus leitores que Lourenço Cazarré, autor do livro A Guerra do Lanche (que faz parte da Vaga-lume), escreve. “Gosto de contar histórias que tenham personagens divertidos, tramas rocambolescas e diálogos afiados, irônicos. Portanto, escrevo para que os jovens tenham prazer ao ler os meus livros. Embora em alguns deles tenha tratado de temas sociais delicados, não escrevo obras com ‘mensagens’. A missão base como autor de livros para jovens é despertar neles a paixão pela leitura. Livros chatos afastam a garotada”, declara o autor.E de chatos, os livros da Vaga-lume não têm nada. “Monteiro Lobato é quem inaugura a vinculação da literatura na escola, com a publicação de milhares de volumes de Reinações de Narizinho. E a coleção Vaga-lume chega para dar cor à literatura infantil e juvenil. Sem contar que inaugurou um estilo: um texto ágil, dinâmico, cheio de diálogos e de ações. Esse é o tempero, o molho, se podemos dizer assim, dos textos juvenis. O que é necessário, já que compete com os games, com a internet, com o mundo da informática”, declara o autor Luiz Puntel, que tem vários textos que compõem a série.Entre os grandes sucessos da coleção está o título A Ilha Perdida, de Maria José Dupré, que reúne as principais características da série. “A coleção se especializou em temas policiais, de aventuras e fez isso numa época em que a literatura infanto-juvenil estava passando por um ciclo de ‘bom-mocismo’, isto é, em que as personagens eram sempre obedientes e corretas. Assim, ao ter como proposta a aventura e a trama policial, a Vaga-lume foi muito mais sedutora para o público”, explica o professor do Departamento de Letras da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Frederico Fernandes, que é doutor em literatura e escritor.A inspiração para tantas histórias fantásticas parte da observação do nosso “glorioso cotidiano”, garantem os autores. “Geralmente, parto de uma idéia básica e vou escrevendo, tendo o bom senso de deixar que os personagens procurem seu espaço. Eles sabem mais da trama que o próprio autor”, diz Raul Drewnick, autor de Um Inimigo em Cada Esquina e outros títulos pela coleção. Embarque nessa aventura!

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