sábado, 12 de março de 2011

Para sempre Gaia


Desculpe misturar conteúdos, mas, hoje, não me parece pecado algum.
Esse texto eu publiquei em outro blog meu, de crônicas, mas não reisti em reproduzir aqui. Desculpem a primeira pessoa, mas, neste momento, ela é crucial.

Para sempre Gaia...

Neste blog, tenho procurado,revisitando Aristóteles, ligar Literatura e realidade. Considerando-se que o conceito de literatura muda bastante- vejamos os formalistas, por exemplo- essa não é uma tarefa fácil, apesar dos vários livros editados por Luís Costa Lima,a partir do termo mímesis...
Teorias à parte, falo hoje da minha dor, bem em primeira pessoa, porque ainda está doendo muito.
Faz três dias morreu a Gaia, uma verdadeira mãe, como quer o arquétipo junguiano, mas, para mim, acima de tudo, uma companheira feliz, sempre a abanar o rabo vigoroso, derrubando tudo que se encontrava na mesa de centro, "surrando" as pernas alheias, de alegria, pura e simples.
Gaia se foi aos seis anos. Dizem que cada ano canino corresponde a sete humanos. Vá lá. Gaia se foi aos 42 anos. Considerando-se que a média de vida do brasileiro, hoje, está entre 60 e 70 anos, foi-se cedo.
Não consegui relacionar tudo isso com outra obra que não fosse "Marley e eu". Aí começam os possíveis problemas com a crítica: literatura de massa, de entretenimento e não mais o quê. Na verdade, não ligo. O que sei é que o livro- ou o filme- é a única obra que chega perto de meus sentimentos, que fala daquilo que sinto agora: uma tristeza imensa pela perda desse animal, que se fez humano, na convivência diária.
Só esse título dá conta das lágrimas, que teimam em rolar, cada vez que me lembro da Gaia, que me recebia com alegria, noite após noite, quando eu chegava cansada das aulas, e me lambia, generosamente, a cara toda..
Ninguém me recebia como ela...
Lembrei também de um filme : Sempre a seu lado, baseado numa história verídica, que mereceu até estátua no Japão, e que falava da fidelidade de um cão a seu dono.
Perdoem-me os mais puristas, mas se a Literatura espelha seu tempo, dá uma opção às pessoas, um outra possibilidade de ver o mundo, não seria esse um caminho? Não estaríamos nós, evoluidíssimos seres do século XXI, necessitando aprender com os seres primitivos os valores da vida?
Se a literatura, de alguma forma, recria a realidade, alguém deve escrever sobre a dor que eu e minha filha sentimos, ao perder esse ente querido- a cadela Gaia- que por seis anos fez parte de nossa família, mas que, para sempre, estará em nossos corações.
Que a literatura devolva à realidade e se justifique em seu tempo....
Para sempre, em meu coração, a Gaia ficará...

2 comentários:

Gessica disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Géssica Peniche disse...

Lindo post, emocionante mesmo, só quem ama de verdade pode saber a dimensão da dor de vocês...Realmente,a forma que nosso cãozinho de estimação nos recebe é algo que fica gravado pra sempre em nossos corações...

Meus sentimentos!!!