quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sobre Helena Kolody

Estava relendo uns poemas de helena Kolody e encontrei o que deixo aqui, para reflexão.

Maquinomem
O homem esposou a máquina
e gerou um híbrido estranho:
um cronômetro no peito
e um dínamo no crânio.

As hemácias do seu sangue
são redondos algarismos.

Crescem cactos estatísticos
em seus abstratos jardins.

Exato planejamento
a vida do maquinomem.
Trepidam as engrenagens
no esforço das realizações.

Em seu ínfimo ignorado,
há uma estranha prisioneira,
cujos os gritos estremece
a metálica estrutura.
E há reflexos planejantes
de uma luz imponderável,
que perturbam a frieza
do blindado maquinomem.