Entre
fadas e bruxas: a violência contra a mulher no reino da fantasia
Cátia Toledo Mendonça
A
violência contra a mulher ganhou espaço na mídia muito recentemente, embora
venha sendo denunciada pela Literatura há muito tempo. Escravas subjugadas
pelos amos, mulheres mortas por maridos enraivecidos ou submetidas à tortura
psicológica, a partir de uma simples desconfiança, abundam a Literatura
Brasileira dita adulta. Capitu, silenciada, sem direito à defesa, é forçada por
Bentinho a se exiliar, Madalena, levada ao suicídio pela pressão feita por
Paulo Honório são exemplos de violência psicológica.
A Convenção de Belém do Pará (1994) definiu
violência contra as mulheres como “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero,
que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher,
tanto no âmbito público como no privado” (Art. 1)
Nesse sentido, Capitu não teve direito de defesa-
mesmo que ela não pudesse ser feita- e terminou privada do convívio social. Madalena,
em seu desespero pela opressão causada pelas insistentes acusações de Paulo
Honório, fere a si mesma, e acaba morrendo. Embora não seja relatada a
violência física, a tortura psicológica
a que essas mulheres são submetidas é
exemplo de uma ação , baseada no gênero- os maridos agem despoticamente, não
permitindo a defesa das esposas -que causa dano psicológico e até a morte.
No
campo da Literatura dedicada a jovens e crianças, embora a questão também
exista, parece ser diluída, talvez porque a mãe má, como designa Jung, seja uma
constante, na figura da bruxa, a quem toda violência parece ser justificada, principalmente
por sua maldade. O universo das histórias infantis é povoado por madrastas
malvadas, que tomam o lugar de mães boas que morreram, irmãs feias, feiticeiras
e ogras. Desse modo, mulheres são jogadas em fornos (João e Maria), em abismos
(Branca de Neve) ou mesmo mutiladas, como acontece em Cinderela, conto em que
as irmãs são levadas a se mutilarem para que possam casar com o príncipe, sonho
feminino que atravessa os séculos.
A
violência contra a mulher, na LIJ, nem sempre tem o homem como produtor, mas
ele é sempre o motivo...As irmãs, em Cinderela, versão dos Grimm, são mutiladas pela própria mãe, que acha
normal cortar um pedaço dos pés das filhas, caso isso seja em prol do que seria
o bem maior feminino na época(por volta de 1812): o casamento com o príncipe.
Para agradar ao homem, a mutilação é justificada. Na China, as mulheres
costumavam amarrar seus pés, para que não crescessem e ficassem do agrado
masculino, pois os pés pequenos eram valorizados pelos homens. Nesse
sentido, a própria mulher acaba por concordar com a violência e até promovê-la,
o que de certa forma legitima o comportamento violento masculino, colocando a
mulher numa situação de subjugo.
Nos
contos tradicionais há um, em particular, que nos chama a atenção pela
violência com que as mulheres são tratadas pelo marido. O nome do homem
referido por Marina Warner como “amante demoníaco” é o Barba Azul.
O
conto publicado por Charles Perrault, em 1697, conta a história de uma mulher
que se casa com um misterioso homem de barba azul. Ele já havia se casado com
outras mulheres que desapareceram, sem que se pudesse saber o que lhes havia
acontecido. Barba Azul conquista Fátima (o nome da personagem ´informação de
Marina Warner) com festas, presentes e, logo depois de se conhecerem, o
casamento é celebrado.
Um mês
depois de casados, ele viaja. Vale a pena transcrever o trecho que antecede a
viagem:
Deu à mulher uma argola com chaves penduradas e disse: “Estas
são as chaves dos dois grandes depósitos, aqui estão as das baixelas de ouro e
prata que não são de uso diário, estas são as dos meus cofres-fortes, onde
guardo meu ouro e minha prata, estas dos escrínios onde guardo minhas
predarias, e aqui está a chave mestra de todos os aposentos da casa. Quanto a
esta pequenina chave aqui, é a chave do gabinete na ponta longa da galeria do
térreo. Abra tudo que quiser. Vá aonde bem entender. Mas proíbo-lhe terminantemente
de entrar nesse quartinho, e se abrir uma fresta que seja dessa porta nada a
protegerá de minha ira”. (p.84/85)
Fátima
desobedece ao marido e descobre, ao abrir a porta, o destino das outras
esposas:
Marina
Warner, em Da fera à Loira (1999), destaca que “a narrativa se concentra
no ato de desobediência de Fátima, não nos assassinatos em massa de Barba Azul
(WARNER, 1999. p.276) A autora destaca ainda que a forma como Perrault constrói
o texto destaca a “bondade” de Barba Azul, que dá à mulher tudo que ela poderia
desejar e lhe faz uma única restrição, que não é seguida em função da
“desobediência” feminina e que esta merece ser punida. Por isso a ênfase é dada
nesse sentido, como acontece na narração do mito de Adão e Eva, no qual é a
desobediência feminina a causa da expulsão do paraíso, ou mesmo de Chapeuzinho
Vermelho, que desobedece à ordem de não falar com ninguém. A punição, em todos
os casos, é vista como “adequada”. A mulher “mereceu”!
O
feminicídio, em Barba Azul, só para porque os irmãos de Fátima chegam e matam o
“amante demoníaco”. Suas últimas
palavras teriam sido, em uma outra versão, bem reveladoras do pensamento da
época em relação à mulher :“espero que ela nunca mais quebre uma promessa,
desobedeça aqueles aquém prometeu submissão, nem ceda ao impulso da curiosidade
proibida e impropria” (WARNER, 1999.p.279) Ou seja, a mulher é a culpada, por
ter se deixado levar pela curiosidade e atitude do homem estaria, desse modo ,
justificada.
Dando
um salto no tempo, vamos encontrar uma autora que, no rastro do feminismo dos
anos 70, cria histórias em que a violência contra a mulher é denunciada: Marina
Colasanti.
As
histórias que Marina Colasanti cria tratam, principalmente da violência
psicológica exercida pelo homem que quer mudar a mulher, para que ela se adeque
ao desenho que tem em mente. São vários os seus contos que giram em torno dessa
temática. Em todos eles, a mulher não cede aos desejos do homem e se mantém
íntegra. É o que acontece no conto que vou abordar a partir de agora: Entre
as folhas do verde O, publicado em seu livro de estreia na literatura
Infantojuvenil, Uma ideia toda azul, de 1979.
Resgatando
os elementos feéricos do conto de fadas tradicional, há um príncipe que vai a
uma caçada : “Foi assim que o príncipe a viu. Metade
mulher, metade corça, bebendo no regaço. A mulher tão linda. A corça tão ágil.
A mulher ele queria amar, a corça ele queria matar” (COLASANTI, 1979.p.39).
Então a mulher-corça é levada para o palácio, onde é transformada, por um
feiticeiro, em mulher, tão somente.
A
transformação da mulher-corça em mulher pressupõe dois tipos de violência: a
física, pois seu corpo é alterado, e a psicológica, na qual me deterei por
entender que a física é uma metáfora da psicológica. A corça, segundo Chevalier
( 2006, p.284)”é o animal de corrida ligeira e veloz como flecha{...} A caça à corça, na tradição
mística dos celtas, simboliza também a perseguição à sabedoria”. Retirar dela a
parte corça é, de certa forma, tirar-lhe a sabedoria. Da mesma forma, segundo
Chevalier, “o animal que existe em nós e que
tantos embaraços causou ao moralismo judaico-cristão, é o conjunto de
forças profundas que nos animam e, em
primeiro lugar, está a libido” Ou seja, retirando o lado animal da mulher que
era também uma corça, ele não só a mutila como pretende dominar o seu lado
“selvagem”, no qual está a libido. A libido feminina é tradicionalmente
condenada, como aconteceu com Lilith, a primeira mulher, condenada a se tornar
um demônio, por não aceitar que sua sexualidade fosse controlada.
Mas,
ao contrário do que acontecia nos contos tradicionais, no de Colasanti a mulher não se deixa dominar e
Ainda
que diferente do que era no original, a mulher mantém em si o que lhe era mais
caro: sua agilidade, sua liberdade de ir e vir, sua sexualidade. A violência
contra a mulher deixa marcas, mas não é aceita como algo normal. Há um
movimento contrário, que a neutraliza. O homem não consegue modicar a mulher,
conforme seria seu desejo. A literatura, aqui, funciona como denúncia, não
reforça um modelo social. Essa é uma marca da literatura feminina de Colasanti:
a mulher sempre luta para manter-se inteira, a união com um homem se dá de modo
que os dois permaneçam inteiros, ou ela não acontece.
O
último texto deque vamos tratar é também contemporâneo: Sapato de Salto,
de Lygia Bojunga Nunes. Contemporânea a Colasanti, Bojunga surge na década de
70 com a obra Os colegas (1972), e mais tarde, em 1982, pelo conjunto de sua
obra, recebeu o prêmio Hans Christian Andersen, o Nobel de Literatura
Infantojuvenil. A temática do feminino é uma constante em sua obra, tratado às
vezes com uma abordagem psicológica, como em A Bolsa Amarela, às vezes
trazendo uma visão mais ampla da mulher do que a de mãe, como acontece em
várias histórias infantis. É o que encontramos, por exemplo, no contoTchau,
inserido em seu único livro de contos, que tem o mesmo título. Nele, a mulher,
a princípio designada como Mãe, encontra um grego, por quem se apaixona, e se
separa do pai, partindo com o novo amor para longe. A partir daí ela é a mãe,
que é também a mulher apaixonada. O uso da letra minúscula indica que esse não
é mais o seu nome, mas uma função. Os dois lados da mulher- a mãe e a mulher-
trazem a possibilidade da mulher inteira, o que não é aceito pelo marido.
Diante disso, a mulher tem opção e opta pelo lado mulher, quando sai e fecha a
porta atrás de si.
Em Sapato
de Salto, aparecem várias nuances do feminino, como a menina-mulher que
engravida sem estar casada e chega ao suicídio, porque não consegue lidar com a
“vergonha” de sua mãe , porque não tem apoio da família. Para ela, a mãe havia
sonhado um casamento tradicional e uma profissão: ser professora. E é sua
filha, Sabrina, deixada recém-nascida ainda em um orfanato, que nos traz a
história de violência mais forte contra a mulher, das várias que aparecem no
livro.
Depois
de dez anos no orfanato, Sabrina finalmente é “adotada”. Aquele que deveria ser o seu primeiro Lar,
torna-se um tormento.
No
site Lexmagister, (acesso em 01/11/2200 (http://www.lex.com.br/doutrina_27231125_ADOCAO_DE_MA_FE_E_TRABALHO_INFANTIL.aspx) há
um artigo que chama a atenção para a adoção de má fé, expressão que caracteriza
a adoção de
Principalmente
crianças/adolescentes do sexo feminino, na idade de 6,7,8,9,10,11 e
adolescentes, todas oriundas de famílias extremamente pobre e carente, de cor
negra ou parda, mas com as de cor branca também acontece,
que são levadas não para serem filhas, mas
empregadas. Segundo o mesmo site,
A adoção atribui a condição de filho ao adotado com os mesmos
direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com
pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. O adotando deve contar no
máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob guarda ou tutela
dos adotantes.
No entanto, não é isso que acontece com
Sabrina. Logo que chega à casa, sua posição na família fica clara: foi “adotada”
para cuidar das crianças, sem salário, sem direito à escola, a roupas ou
brincadeiras. Dona Matilde, desde o início, esclarece:
“Você não veio para brincar, veio para trabalhar” (p.7) e assim começa a saga
de Sabrina naquela casa. Seu lugar fica logo determinado: “Vá lá pra cozinha e
espera. Depois vou falar com você. Aquela porta ali. Ei! E esse embrulho no
chão?” –“É minha roupa.”(p.8 e 9) E a pouca roupa de Sabrina também é
motivo de reclamação:
Nessa situação de adotada, mas não parte da
família, Sabrina sofre várias humilhações impostas por Matilde e o trabalho só
aumenta:
E quando a menina, carente, tenta uma
aproximação afetiva, a resposta de Matilde é bem clara:
-Posso
chamar a senhora de tia?
- Por que, ué?
-É que se eu chamo de mãe a senhora
pode não gostar.
-Nem tia, nem mãe, nem coisa
nenhuma, que que é isso? Tá esquecendo que é babá das crianças? ora já se
viu... (p.13)
Nota-se, a partir desse trecho, que a menina
não se via como empregada, mas como membro da família. A condição de adotada é
para ela a de encontrar uma família, uma mãe, um pai...
Mas seu Gonçalves não tinha intenção de ser seu
pai...e começa a olhar para ela com olhos de cobiça.
Seu Gonçalves ria daquela história de Sabrina trocar os nomes.
E ficava esquecido da vida vendo ela e os filhos brincando. Quando ela virava
cambalhota pra divertir as crianças, ele ainda ria mais. E meio que fechava o
olho querendo ver melhor a calcinha que Sabrina usava. (p.14)
No site Just.com.br, encontra-se o seguinte
texto em relação à pedofilia:
tecnicamente
é mais adequado utilizar o termo agressor sexual para descrever as pessoas que
mantém relações sexuais com crianças e adolescentes, já que este conceito
inclui os pedófilos, mas não se limita a eles (RODRIGUES, William Thiago de
Souza.(Acesso em 03/11/20), que traz a visão do pedófilo não só como doente,
mas como agressor.
Sabrina ,
a princípio, acha que eles estão jogando, pois os presentes se sucedem e ele
pede que , além de não contar pra ninguém, ainda fale baixinho quando ele entra
no quarto.
A cena em
que a primeira relação acontece é muito forte:
-Vem cá com o teu
papaizinho.
- Não faz isso! Por favor!
Não faz isso! - Tremia, suava. – Não faz
isso!
Fez. (p.20)
Nota-se
que a resistência da menina não é levada em conta e ela se vê traída em seus
sonhos mais pueris. Não consegui vislumbrar uma forma de sair daquele lugar.
Não tem família nem para onde voltar. A violência psicológica passa a conviver
com a física.
E o grande segredo dos dois passou a animar a vida dele, a botar
sobra nos dias dela; e de noite, tudo que é noite, a mesma tensão: ele hoje
vem? O olho hipnotizado pela maçaneta redonda, de louça branca, o coração
batendo assustado. Foi se esquecendo de prestar atenção no estudo, foi se
esquecendo de pensar que cor era isso e aquilo, nunca mais desenhou. (p21)
Matilde
descobre as fugidas do marido, mas não toma atitude em relação a ele. Ao
contrário, “Dona Matilde começou a bater na Sabrina cada vez que pegava ela
cochilando”(p.25) E a vida de Sabrina se transforma em um verdadeiro inferno.
Há que se destacar a situação de Matilde, que sabe do que acontece em sua casa,
mas finge não saber, para não arriscar sua situação social.
Os
tormentos de Sabrina só terminam quando a tia Inês, que ela nem sabia que
existia, veio resgatá-la. Porém, na hora de ir embora “Quando Sabrina chegou mais perto pra dar um
beijo de despedida, recebeu uma bofetada na cara: “-É
pra você não se esquecer que eu não vou me esquecer. - E bateu a porta com a
mesma força da bofetada.” (p.36) Pela atitude de Matilde, nota-se que ela
culpa Sabrina e não Gonçalves. Outra vez, a culpa é da mulher e, por isso, deve
ser punida.
A partir daí, Sabrina vai viver com a família
que descobriu, mas a dor causada por seu Gonçalves não se apaga. Mais tarde,
quando se vê de novo em situação de abandono, a prostituição parece-lhe ser a
única solução. Foi ensinada a como ganhar presentes e até mesmo dinheiro, pois
às vezes Gonçalves deixava algum na cadeira, no quarto, antes de sair, atitude
emblemática de como via a menina de 10 anos.
O abuso infantil, infelizmente, é mais comum do
que se pode imaginar. Via de regra acontece dentro de casa e, inúmeras vezes, o
pai é o agressor. Há vários contos infantis que denunciam esse fato. Charles
Perrault , em 1697, publicou “Pele de asno”, conto em que uma princesa tem que
fugir de casa para escapar ao assédio do pai. Recentemente, A triste história
de Eredegalda, do livro Enquanto o sono não vem, de Mauro Brant e Ana
maria Moura retomou a temática. A reação da sociedade foi imensa e o livro foi
proibido nas escolas.
No site do Ministério da Mulher, da Família e
dos Direitos humanos, encontramos as seguintes informações:
O levantamento da ONDH permitiu identificar que a violência sexual
acontece, em 73% dos casos, na casa da própria vítima ou do suspeito, mas é
cometida por pai ou padrasto em 40% das denúncias.O suspeito é do sexo
masculino em 87% dos registros e, igualmente, de idade adulta, entre 25 e 40
anos, para 62% dos casos. A vítima é adolescente, entre 12 e 17 anos, do sexo
feminino em 46% das denúncias recebidas. (acesso em 3/10/20 , www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/maio/ministerio-divulga-dados-de-violencia-sexual-contra-criancas-e-adolescentes)
Infelizmente, a sociedade não aceita a
literatura como denúncia. Assim como Matilde preferiu culpar Sabrina pelos atos
de Gonçalves, a sociedade prefere ver o texto que poderia alertar mães e
professoras sobre o que está acontecendo com a criança como “doutrinação”. E
mais uma vez as Sabrinas são caladas.
Considerações finais
Depois das explanações, da viagem pelos
textos literários, pode-se inferir que a violência contra a mulher pouco mudou
desde o século XVII. Da mesma forma como Fátima quase foi morta por seu marido
e no fim acaba sendo responsabilizada pelos acontecimentos, os feminicídios
continuam a acontecer e as mulheres responsabilizadas, porque estavam com
“roupas provocantes”, porque não obedeceram, porque....
Por outro lado, a violência psicológica
também continua presente. Mulheres continuam a ser silenciadas, invadidas, sem
que possam fazer nada, ou porque não têm como se manter ou porque têm medo da
violência física.
Recentemente, uma mulher que era virgem
ainda foi violentada e o caso foi denunciado. Na corte, advogados e juiz a
trataram como criminosa, fizeram pouco caso de sua dor, inocentaram o agressor,
em uma caso exemplar de como a mulher é mantida em silêncio, uma vez que a
denúncia só causa mais sofrimento.
E finalmente, as vozes infantis, que
dizem NÃO ao assédio de pais, padrastos
tios ou irmãos, que a literatura tem tentado fazer ouvir, são caladas em
nome de uma pretensa moralidade, que só faz encobrir o que não se deseja
publicar e quer perpetuar a opressão feminina, colocando o homem como seu dono
e senhor.
Tudo isso só terminará quando a mulher se
conscientizar de que não é propriedade de ninguém, que não deve obediência ao
homem e que tem tanto direito à vida quanto este.
Referências
BOJUNGA, Lygia. Sapato de Salto. Rio de
Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2006.
COLASANTI, Marina. Uma ideia toda azul.
Rio de Janeiro: Nórdica, 1974.
Contos de Fadas de Perrault, Grimm,
Andersen e outros. Rio de Janeiro, Zahar Editora, 2010
CHEVALIER, J & GHEERBANT, A.
Dicionário de Símbolos. 20ed.Rio de Janeiro: José Olympo Editora, 1982
WARNER, Marina. Da fera à loira. São
Paulo: Cia das Letras, 1999.
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